Como fazer a correta identificação dos bezerros sem perdas e sem estresse?
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A correta identificação dos bezerros é um manejo que precisa ter atenção do produtor e é fundamental para o gerenciamento da fazenda. Sabe o porquê? Pois, ao identificar os bezerros, a detecção de pontos críticos e a tomada de decisões sobre o manejo ficam mais práticas.
Manter o registro do rebanho e seu desempenho (ganho de peso, reprodução, mortalidade, medicamentos, alimentação) ajuda a aumentar a eficiência da atividade, controlar o manejo e identificar os pontos críticos a serem controlados. Por isso, quanto mais cedo a identificação começar, melhor.
Além disso, é possível saber quais vacas são pouco produtivas e podem ser descartadas, bem como há uma melhor seleção dos futuros reprodutores.
Mas, atenção: saiba que o número de identificação deve ser de fácil leitura e permanecer inalterado durante toda a vida do animal. Ele é o RG do animal! Cada animal deve ter seu próprio código. Isso parece simples, mas a equipe deve estar treinada para fazer o manejo no local correto e com bons equipamentos, sem estresse nem sofrimento desnecessário aos animais.
Tatuagem
O método mais comum adotado para identificação de bezerros é a tatuagem, que deve ser feita com cuidado entre as duas nervuras superiores da orelha, usando tinta de boa qualidade.
Antes de pegar o bezerro, é preciso preparar o tatuador e realizar um teste em papel, pois é preciso ter a certeza que o número está correto.
Passe a tinta no local a ser tatuado, tatue o bezerro assegurando que as agulhas penetraram bem na orelha e, imediatamente, esfregue o dedo no local tatuado para que a tinta penetre nos furos antes de sair sangue.
Brinco
Na aplicação do brinco, a pescoceira deve ser posicionada o mais próximo da cabeça do animal. Se o tronco tiver apenas uma pescoceira, um segundo vaqueiro pode auxiliar na contenção, segurando a cabeça do animal com as mãos ou com um cabresto. Se tiver duas, ambas as peças devem ser usadas ao mesmo tempo.
É importante também atentar para o local da fixação do brinco, que interfere diretamente na agilidade da leitura durante o manejo.
O furo deve ser de 0,5mm na orelha e feito com a ferramenta adequada, onde será colocado o brinco. Os brincos devem ser colocados mais tarde, após a completa cicatrização dos furos, de preferência aproveitando um dos manejos de rotina, como na vacinação ou na desmama, por exemplo.
Não coloque o brinco no mesmo dia da cura do umbigo do bezerro, pois fica mais difícil para o animal mamar. A orelha dolorida pela colocação do brinco bate na perna da mãe, causando um grande incômodo no bezerro, o que se reflete na diminuição da ingestão de colostro, deixando-o mais vulnerável a doenças oportunistas, principalmente as diarreias.
Também deve ser feita a aplicação de um endectocida, que preveni a incidência de miíase (bicheira).
Por que o gado precisa ser identificado?
- acompanhamento de engorda;
- conhecimento da sanidade animal (aplicação de vacinas e vermífugos);
- auxilia no histórico;
- avalia o desempenho;
- garante segurança de saber que o bovino é seu em casos de furtos, roubos e fugas;
- idade, a partir da data de nascimento;
- no pasto-maternidade, sabe qual bezerro pertence à determinada matriz.
Atenção!
Vale lembrar que segundo o Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal (Etco), o procedimento para identificação deve ser feito no dia seguinte ao parto para não interferir na formação do vínculo mãe e filho.
Quando esses manejos são realizados no dia do nascimento aumentam os riscos de rejeição materna e da vaca pisotear o bezerro. Por outro lado, se os procedimentos ocorrerem mais tarde, a partir do terceiro dia de vida do bezerro, será mais difícil contê-lo, pois nessa idade já é bastante ágil e há maior risco da ocorrência de bicheiras no umbigo.
A dica geral é que todos os métodos sejam feitos de acordo com a higiene redobrada, evitar ao máximo o estresse e seguir o bem-estar animal sempre!