Cuidado com a pastagem é fator essencial para um bom desempenho pecuário
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Ofertar pastagem de qualidade é primordial para manter a saúde do rebanho e, consequentemente, a produtividade e lucratividade do negócio. Por isso, o produtor deve estar atento às variações do clima, principalmente em relação aos extremos, como secas e geadas.
“Para obter bons resultados, é preciso entender e aceitar a sazonalidade da produção do capim. As épocas mais críticas do ano são atreladas a falta de água ou baixa temperatura, ou seja, situações que interferem diretamente no desenvolvimento das plantas. Nesses períodos, de forma estratégica, o produtor deve reduzir a lotação nas pastagens perenes em até 60%, dependendo da espécie forrageira e da localização da propriedade”, explica o sócio-diretor da Gerente de Pasto, Edmar Peluso.
Em fevereiro ou março, por exemplo, se a fazenda se encontra com 2 unidades animais (UA) por hectare (ha) sem sobra ou falta de pasto, em agosto e setembro a lotação ideal será de 1 UA/ha. “A redução de 40% a 60%, geralmente, só pode ser posta em prática com planejamento forrageiro, seja adotando uma estratégia com silagem, feno, venda de gado ou matrizes ou estação de monta”, complementa Peluso.
Ao mesmo tempo que é preciso aceitar e entender a necessidade de lotação nos pastos para a seca, é fundamental entender que a altura ideal do capim no final da seca ou do inverno é diferente da altura ideal de pico de águas. Na transição seca/águas é necessário que o capim esteja um pouco mais baixo que a altura de verão para facilitar e acelerar o rebrote. “O produtor adianta de 15 a 30 dias a produção de folhas no início das chuvas, o que resulta em maior ganho de peso animal”, ressalta o profissional.
Atenção aos detalhes é primordial
Segundo Peluso, a falta de organização pode comprometer toda a produção da pastagem, uma vez que a vedação da planta, de forma deliberada e com o intuito de adentrar ao período de seca com estoques, pode comprometer a estrutura do produto. “Vedar pasto por excesso de medo vai impossibilitar a produção de arrobas nas águas e prejudicar produção de arrobas na seca, pois um pasto mal vedado ficará envaretado e quando os animais iniciarem o pastejo a grande maioria da massa de forragem presente não será consumida, indo para o chão por meio do acamamento”, justifica.
Ainda no período das águas, o uso da capacidade de suporte, em torno de 80% a 90%, resulta em sobras que, bem gerenciadas, promovem um cenário ideal para o produtor ao, posteriormente, entrar no período de seca com bom estoque de capim de qualidade, isto é, com folhas e não talos. O material resultante dessa época do ano é mais bem aproveitado pelos animais, gerando um bom desempenho alimentar mesmo em um período tão crítico.
“No caso de propriedades em que não é possível colher o pasto de forma plena, é preciso investir em água e cerca, otimizando o processo de colheita, o que, consequentemente, resultará em uma estrutura de planta mais correta, permitindo uma melhor capacidade de suporte. Quando o cultivo estiver bem manejado, o produtor pode iniciar a adubação para intensificar ainda mais a produção”, detalha o profissional.
Por fim, para a reforma da pastagem, Peluso indica a aplicação de calcário no solo para que ela obtenha retornos expressivos a longo prazo. “O calcário é um elemento pouco móvel no solo, por isso a incorporação deve ser feita sempre na formação do pasto, gerando bons resultados ao pecuarista que oferecerá a vegetação aos animais”, finaliza.