Desafio da Pecuária Responsável: conhecendo as finalistas!

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Desafio da Pecuária Responsável: conhecendo as finalistas!

Idealizadoras de projetos focados no bem-estar animal falam sobre sua participação na competição e sobre a presença da mulher no agro

 

“Lugar da mulher é onde ela quer estar, inclusive no agro e na pecuária”. Esta frase permeou o discurso das finalistas do Desafio da Pecuária Responsável, projeto promovido pela Phibro em prol do desenvolvimento do setor a partir do bem-estar animal.

As quatro primeiras posições da classificação do Desafio foram ocupadas por projetos conduzidos por mulheres, cada uma em sua área de atuação, e a Beckhauser conversou com cada uma delas a respeito da premiação, de sua trajetória e da participação feminina no agronegócio.

Rúbia Barra

“Eu tenho orgulho de exercer um papel transformador na fazenda”. Cliente da Beckhauser, Rúbia Barra foi a ganhadora do Desafio da Pecuária Responsável, com seu projeto baseado em um procedimento operacional padrão (POP) para a vacinação de bovinos. Mineira e com formação em odontologia sanitarista, Rúbia dedica sua vida a ajudar ao próximo, seja ele humano ou animal.

Quando passou a ter mais contato com a pecuária, a vencedora do Desafio percebeu que, da mesma forma que as vacinas são conservadas para aplicação eficiente nos humanos, para o gado deveria ocorrer o mesmo. Por isso, Rúbia transferiu suas práticas e conhecimentos do mundo da saúde humana para o cuidado do rebanho dentro da porteira.

Dessa maneira, o POP desenvolvido por ela consiste em acondicionar vacinas e medicamentos, trocar as agulhas durante a vacinação e fazer o uso de cuba ultrassônica com detergente enzimático para limpeza e autoclave para esterilização de seringas e agulhas reutilizáveis.

Os resultados na fazenda de Rúbia demonstram a eficiência do procedimento, visto que a incidência de abcessos e reações vacinais nos bovinos apresentou redução após a adoção do POP. “Além do procedimento, o equipamento de contenção exerce um papel fundamental para o sucesso do manejo de vacinação, pois ele contribui para que as operações sejam realizadas com respeito ao bem-estar do animal”, complementa.

Para Rúbia, o fato de os quatro projetos melhores classificados no Desafio da Phibro serem desenvolvido por mulheres representa uma evolução do setor, que cada vez mais conta com líderes e profissionais femininas. “Disseminar o nosso trabalho enquanto mulheres profissionais da pecuária, seja em premiações ou em grupos locais, com certeza abre as portas para o aumento da participação feminina no setor”, conclui.

Ananda Lebrão

“Mulher, dê voz ao que te incomoda. Temos um olhar mais sensível para a realização das atividades”. Com um projeto direcionado para o cuidado de bezerros órfãos, os chamados guaxos, Ananda Lebrão, gestora de cria de São José dos Campos (SP), foi classificada entre as quatro melhores no Desafio da Pecuária Responsável.  

Como uma estratégia para garantir condições ambientais e sanitárias favoráveis a esses animais até que sejam encartados em outra matriz ou se tornem independentes, Ananda desenvolveu um piquete que possibilita acesso a agua de qualidade, cocho para suplementação, abrigo de sol e chuva e local de fácil acesso para os funcionários.

O projeto foi idealizado a partir da experiência de Ananda em uma fazenda que ela atendia, que apresentou perdas de vacas após partos gemelares. Com a guaxaria, como Ananda nomeia a prática, espera-se diminuir os efeitos de perdas sanitárias e nutricionais nos animais até sua terminação.

“Hoje eu entendo que precisamos tornar as trocas mais justas entre as espécies. É muito mais simples tratar uma maneira sustentável de criação dos animais, fornecendo condições de bem-estar animal. Essa troca justa possibilita maior produtividade, com melhor desenvolvimento e desempenho, gerando uma aceitação da carne no mercado”, explica.

Sobre a participação feminina no agro, Ananda acredita que o resultado do Desafio da Pecuária Responsável é muito positivo para desmistificar a presença da mulher no setor. “O fato de que os projetos finalistas foram todos inscritos e desenvolvidos por mulheres ajuda a quebrar esse tipo de barreira no agro. Devemos acreditar em nós mesmas e no que estamos fazendo, pois temos muito a agregar na pecuária brasileira”.

Ana Luiza Schultz e Valentina Albornoz

“Enfrentamos quaisquer desafios e preconceitos que o setor nos coloca”. O projeto desenvolvido pela zootecnista Ana Luiza Schultz e a médica-veterninária Valentina Albornoz, diferente das demais finalistas, envolve a preparação e a qualificação dos profissionais que cuidam dos animais na fazenda.

A pecuária corre no sangue das duas profissionais, principalmente pelo trabalho das mães delas na área, o que as aproximou tanto da formação quanto do trabalho que elas desenvolvem para o desenvolvimento do setor no Rio Grande do Sul.

Ana Luiza e Valentina são fundadoras da Agroteams – Escola do Campo, empresa formada para disseminar conhecimento entre os trabalhadores das fazendas, na qual o projeto inscrito para o Desafio da Pecuária Responsável se baseia. A qualificação da mão de obra possui como base dois eixos principais, o norte científico provido pelos pilares técnicos dos sistemas de produção agropecuária e a forma personalizada de transferir conhecimento, num modelo de extensão rural focado em empoderar o produtor e seus colaboradores a partir do entendimento dos processos produtivos.

“Notamos um gargalo na mão de obra quando o assunto é o desenvolvimento tecnológico das fazendas para a atividade pecuária, pois, na maioria dos casos, os trabalhadores não possuem nem ensino fundamental completo. Abraçamos esse desafio de levar conhecimento a eles de forma acessível e que contribua para o avanço do setor como um todo”, explica Valentina.

Ana Luiza aponta que a união das mulheres é fundamental para o fortalecimento da participação feminina no agro. “A criação de redes de mulheres nos motiva a continuar desenvolvendo nosso trabalho e encorajar outras profissionais da área a fazerem o mesmo”, finaliza.

Lareska Morzelle

“A participação da mulher na fazenda é algo ainda novo, mas veio para ficar”. Focado no bem-estar dos bezerros, o projeto da zootecnista Lareska Morzelle idealiza um ambiente lúdico que facilita a adaptação dos animais ao meio em que vivem, reduzindo o desgaste da separação da mãe e aumentando a interação com os humanos e outros bezerros, a fim de melhorar o desempenho de cria.

Lareska tem experiência nas áreas de gestão e coordenação e também já trabalhou no acompanhamento de abates dentro das fazendas, mas foi na cria que ela encontrou a maior oportunidade para implementar uma prática de bem-estar animal desde os estágios iniciais da vida de um bovino.

Pecuária faz parte da vida da zootecnista desde cedo, por influência de seu pai, que é proprietário de uma fazenda. O contato com os animais levou Lareska a trabalhar nesta área, sendo a idealizadora de uma área de lazer exclusiva para bezerros, com coçadores, alimentos e outras atrações, proporcionando uma melhor adaptação do animal ao ambiente e reduzindo os desgastes no período de desmama.

Na visão da profissional, a presença das mulheres nas fazendas começa a se intensificar, mas acredita que o setor ainda espera que elas se provem capazes de atuar com qualidade na área. “Obstáculos sempre existirão. Temos que ter jogo de cintura nessas situações, ao mesmo tempo que, com pulso firme, conquistamos nosso espaço, adquirimos conhecimentos e cada vez mais assumimos importantes cargos no setor”, conclui.

A Beckhauser parabeniza todas as finalistas do Desafio da Pecuária Responsável e a todos que se dedicaram a desenvolver um projeto em prol do bem-estar animal e do desenvolvimento sustentável do setor!

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