Manejo adequado na imunização evita perdas
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O manejo de vacinação é uma prática necessária e faz parte da rotina de todas as propriedades de pecuária de corte. E, para que a imunização seja bem sucedida é necessário planejamento prévio para que se otimize o tempo dedicado ao manejo, melhore o aproveitamento das vacinas, em consequência, evite perdas financeiras.
“A vacinação é um manejo aversivo e encarada de forma negativa, por isso, devemos fazer de maneira racional e com a certeza de que trará ganhos diretos, diminuição na perda de doses, número menor de agulhas tortas, redução de abscessos, menor índice de acidente de trabalho e com os animais, além da eficácia da imunização”, enfatiza Carla Ferrarini, zootecnista e coordenadora de marketing da Beckhauser.
Pesquisas comprovam que a cada lesão vacinal se perde cerca de 500g de carne (Moro & Junqueira, 99). “Se todos os animais estiverem com lesão, a perda é muito grande”, complementa Carla. Aplicando os conceitos de manejo racional é possível obter benefícios econômicos diretos, danificar menos equipamentos e melhorar a rotina das atividades da fazenda. Por isso, a orientação é que o manejo da vacinação seja feita de forma individual, sempre no tronco de contenção.
É o que faz e aconselha Fábio Maya, do grupo Otávio Lage, que possui propriedades em Goiás e Tocantins. De acordo com ele, diferente do que muitos produtores pensam, o manejo de vacinação no equipamento de contenção leva o mesmo tempo que no brete coletivo, além de ser mais eficiente. “Não precisamos de pressa e sim fazer bem feito. Não podemos investir alto em equipamentos, vacinas, e colocar tudo a perder no manejo”, alerta.
Segundo o ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal), da Unesp/Jaboticabal o tempo médio gasto para vacinação no tronco é menor que o gasto no brete (9,3 segundos contra 10,2 segundos por animal). "Há falsa impressão de que vacinar no brete é mais rápido, pois conta-se apenas o tempo das agulhadas. Se o animal cair, quanto tempo leva pra retirá-lo? Faça o teste: divida o lote e vacine metade no manejo tradicional e metade no tronco. Verá que o manejo completo não é o mais demorado, sem contar o ganho de qualidade”, destaca o médico veterinário Renato dos Santos.
Além de treinamentos constantes para a equipe, uma das iniciativas que vem dando resultado no Grupo Otávio Lage é mostrar aos colaboradores o resultado final. “Nós levamos a equipe ao abate e fica claro que todo empenho no manejo reflete na carcaça. Uma vacinação bem feita reduz muito índice de abscessos. Quando vacinamos o animal individualmente, o manejo fica mais rápido, fácil e com menos acidentes e estresse. Na contenção adequada, temos a certeza que imunizamos de maneira correta”, finaliza Maya.