Manejo de bezerros após o nascimento requer atenção redobrada do produtor 

Para que a atividade pecuária seja lucrativa, é preciso otimizar a eficiência produtiva. Por isso, espera-se que as vacas de cria tenham ao menos um bezerro todo ano. Entretanto, somente parir não basta. É necessário que o bezerro sobreviva, pois o custo de uma vaca cujo bezerro morreu é bastante superior ao daquela que não concebeu, uma vez que a prenhe ingere maior quantidade de alimento.

Outra fonte importante de custos na fase de cria refere-se aos bezerros que ficam doentes e necessitam de remédios para evitar a morte. Porém, mesmo evitando a mortalidade, somam-se aos custos de medicamentos, bem como a queda no desempenho destes bezerros, que certamente ocorrerão.

Por isso, é fundamental um bom manejo com os bezerros nascidos até a fase da desmama. Este período requer atenção redobrada do produtor para que o investimento feito na vaca prenhe não se transforme em prejuízo.

Após os cuidados iniciais com os bezerros no nascimento e identificação (linkar os dois textos feitos anteriormente), mantenha a rotina de visitas diárias ou pelo menos a cada três dias. É importante monitorar tudo que acontece com os animais. Estas visitas têm como objetivo identificar possíveis problemas, tais como: bezerros fracos, abandonados, com bicheiras e diarreias. Uma vez detectado o problema, medidas corretivas devem ser tomadas imediatamente, minimizando os riscos de morte de bezerros.

Atenção! Vacas e bezerros que mugem com insistência pode ser sinal que há algo de errado, bem como os animais que se mantêm afastados da mãe e com baixa condição corporal e pouca agilidade. Estas condições são indicativas de algum problema.

Outro ponto a ser observado é se há água limpa nos bebedouros, se as boias estão funcionamento corretamente e se há quantidade adequada de suplemento mineral nos cochos.

Em condições ideais, vacas e bezerros devem permanecer no mesmo lote e no mesmo local desde o pré-parto. Mas, há situações em que isto não é possível, sendo necessário conduzi-los a outros pastos. Para que isto não resulte em acidentes alguns cuidados são importantes:

 - A condução de vacas e bezerros deve ser realizada apenas quando os bezerros já apresentarem boa agilidade e resistência, o que ocorre com uma a duas semanas de vida. Caso o deslocamento tenha que ser feito antes, assegure-se de que vacas e bezerros já se conheçam para evitar risco de abandono.

- Conduza sempre pequenos lotes de animais (nunca com apenas uma vaca e seu filhote e nem em lotes muito grandes) e de maneira lenta. Com o deslocamento ao passo, permita que vacas e bezerros mantenham contato durante o percurso. Após serem soltos no novo pasto, os vaqueiros devem esperar que vacas e crias estejam juntas.

Para uma boa gestão, anote tudo!

A cada visita ao pasto maternidade registre a data, o horário e os números das vacas em trabalho de parto ou recém-paridas. Em relação aos bezerros, a orientação é registrar sempre o número de identificação, seu peso (ou tamanho) e vigor (bom ou fraco).

Registre também qualquer ação executada que não faça parte da rotina como por exemplo: se o animal precisa de ajudar a mamar ou se foi feita aplicação de antibiótico.

No caso de morte (mesmo para natimortos) anote o número de identificação do bezerro ou o de sua mãe; registre também: a data, local onde o bezerro foi encontrado e provável causa da morte.

Apesar das mortes de bezerros serem um ponto muito desagradável, a anotação dos óbitos é muito importante, pois permitirá evitar que o problema se repita, otimizando a eficiência do sistema.

O bezerro é a principal fonte de renda da fazenda de cria. Assim, o manejo dos bezerros deve ser o menos agressivo possível, visto que o estresse pode causar queda de imunidade e os animais podem até mesmo vir à óbito.