Respeito ao bem-estar animal e humano melhora os resultados nas fazendas
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O manejo de bovinos no curral das fazendas é um processo fundamental para determinar a qualidade do produto final e a rentabilidade da atividade pecuária. Adotar práticas que evitam lesões, estresse e outros tipos de desgastes aos animais no dia a dia da propriedade garantem não apenas bem-estar ao rebanho durante o tempo em que serve ao seu propósito, mas também aos profissionais que lidam diretamente com o gado.
Isso foi defendido pelo professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Mateus Paranhos, maior referência em estudos sobre bem-estar animal e humano no Brasil, durante palestra do projeto Conexões BEAH, promovida pela Beckhauser no dia 15 de dezembro.
“O bom trato dos bovinos, com a adoção de práticas voltadas ao bem-estar animal e humano, promove uma redução significativa nas perdas das fazendas, de ordem produtiva, de qualidade, financeira e de mercado”, indica o profissional sobre o diferencial dessa estratégia de manejo.
Um dos erros mais comuns que Paranhos observa nos currais é a superlotação dos bovinos quando se acomodam no ambiente. “Além do vaqueiro perder o controle do rebanho num lote superlotado, os animais não se sentem confortáveis numa situação como essa, causando estresse e elevando o risco de acidentes”, detalha.
Encarar o curral como local de trabalho é essencial para que os animais não sejam colocados em situações de desconforto e desgaste, segundo o professor. “Ele não é um lugar para manter o gado parado. Devemos entender o tempo necessário para a realização de cada manejo da fazenda, transportando apenas os animais que conseguirão receber os cuidados dentro desse período de tempo. Por isso, currais com piquetes anexos são soluções eficientes, pois não só garantem mais bem-estar ao rebanho e aos profissionais, mas também requer menos custos para construção e reduz o risco de acidentes”.
As estruturas de contenção de um equipamento que recebe os animais para um manejo também influenciam no conforto e bem-estar deles durante esse processo. As pescoceiras, por exemplo, devem ter uma ergonomia adequada para o posicionamento correto do bovino.
“Contenções com saliência na região do pescoço representam um grande risco durante o manejo, pois elas podem atingir o nervo radial dos animais, causando lesões sérias a eles. Sistemas lisos e acolchoados são ideais para a proteção dessa parte do corpo durante processos como vacinação, por exemplo”, reforça Paranhos.
Encerrando a palestra, o profissional apresentou estudos e casos práticos que comprovam os benefícios do manejo racional e de boas práticas no curral em comparação ao manejo convencional, que não leva em consideração o bem-estar dos animais e dos profissionais.
“É fato que a contenção individual, o manejo calmo, respeitando o conforto do gado e, consequentemente, dos seres humanos, traz resultados melhores e reduz as perdas e descartes nas fazendas. Disseminar as boas práticas é fundamental para que a pecuária brasileira evolua em qualidade, produtividade e resultados financeiros”, conclui.
Essa palestra foi a última deste ciclo do projeto Conexões BEAH, que também recebeu Fernando Siqueira (Zootecnista) e Mauro Lúcio Costa (pecuarista) para falar de bem-estar animal e humano nas fazendas.
A palestra completa pode ser conferida no canal do YouTube da Beckhauser.